Pc: Player Character, Personagem jogador
Npc:
Non player Character, Personagem Não- Jogador.
Parece simples, mas não é. Especialmente quando um jogador controla, alem de seu próprio personagem, um ou mais NPCS.
Praticamente todos os rpgs tem regras para o uso de companheiros Npcs por jogadores – eles podem ser comprador como quaisquer vantagens ou poderes especiais. Em AD&D, guerreiros, rangers e ladrões atraem seguidores em quantidade que varia dependendo do carisma. Em GURPS, Aliados custam pontos de personagem. Em Vampiro e Lobisomem, Aliados também estão disponíveis por pontos de antecedentes ou certas Qualidades.
Tudo muito simples tudo muito fácil. O problema começa quando o jogador resolve usar seu npc como simples recurso de combate. Ele manda o pobre coitado na frente para distrair o dragão. Testar a armadilha na porta ou dar mas noticias ao príncipe vampiro. O aliado acaba servindo apenas como um tipo de “Vida extra” em um videogame.
Um limite deve ser traçado aqui. Aliados SÃO vantajosos em combate ou fora dele é verdade. Mas o aliado não é alguém que vai sacrificar a vida alegremente a um estalar de dedos do jogador e o mestre têm toda a liberdade para interferir nisso. Afinal, ele ainda é um NPC – Ou PDM, “personagem do mestre”. A palavra final sobre as atitudes de um npc pertence sempre ao mestre.
(“ Esta sugerindo que eu distraia o gigante enquanto seus amigos entram na caverna e ele limpa meus ossos? EU ME DEMITO!”)O prgista experiente sabe usar seus npc’s sem apelação. Quando um jogador descobre todo o potencial de drama e diversão que um aliado proporciona, raramente repete esse erro.
Eu posso ter um aliado?
Qualquer aliado npc deve ser autorizado pelo mestre. Mesmo quando as regras estão a favor do jogador, as vezes a presença de um personagem extra pode atrapalhará aventura- ou o mestre pode simplesmente decidir que o jogador não merece um npc.
Antes de qualquer coisa, evite npc’s soltos no ar. A melhor maneira de garantir que o mestre permita a presença do npc é amarrar sua historia com o personagem. Ele deve fazer parte de seu background (prelúdio), seu passado. Em vez de um simples colega de batalha, ele pode ser algo muito mais profundo – um parente, uma amante, um grande amigo ou algo mais complicado.
A boa construção dessa ligação vai depender da criatividade de cada um. Isso também ajuda o jogador a valorizar mais seu npc; quando mais tempo e dedicação ele devotar a criação do npc, maior será seu valor- e menos chance ele terá de ser colocado em perigo.
Fraquinho? Nem sempre.
De modo bastante, o típico companheiro npc é inofensivo e pouco eficiente em combate – como o escudeiro do guerreiro, o assistente do mago, ou a namorada andróide do defensor de Tóquio.Ele não existe para lutar, e sim para dar mais colorido ao personagem. Para jogadores que so sabem resolver as coisas na base da porrada, estes deveriam ser os únicos npc’s permitidos.
Mas um rpgista de bom senso não precisa ficar restrito a npc’s fraquinhos – ele até pode possuir um aliado mais habilidoso em combate, se não abusar dele para sair de todas as encrencas. Uma boa saída é equilibrar um personagem fraco e inofensivo com um npc contrario do mesmo. Os livros, quadrinhos e desenhos animados estão repletos de duplas assim, geralmente garotinhos ou belas jovens que conquistam a amizade de animais, monstros ou robôs gigantes (acredito que Rick Jones e o Incrível Hulk sejam o exemplo mais clássico). Este é um dos poucos casos em que um npc poderia lutar no lugar de um npc.
Aliado Animal.
Nem todos os npc’s precisam ser personagens – podem ser também monstros ou criaturas, como ocorre com o ranger, cercado de animais da floresta. Os magos de ad&d têm um familiar, um animal invocado por meio de magia. Um mago necromane pode criar mortos vivos (Um esqueleto mordomo seria bem interessante). Dentro de certos limites, qualquer animal ou criatura fantástica funcionaria como companheiro npc.
Assim como acontece com personagens comuns, animais aliados são pequenos e quase inofensivos – poucos são capazes de causar mais dano que um rato. Mas, como dito no caso de npc’s poderosos, animais maiores não ficam totalmente descartados. Em vampiro um Pc pode ter animais selvagens como carniçais.
“Seu Mala!”
Existe ainda a questão: Quem disse que o aliado precisa ser sempre uma presença agradável?
O parceiro Npc pode ser útil apenas em certos aspectos práticos, mas intolerável como pessoa – algo parecido com Fox Mulder e Dana Scully, da serie Arquivo X: São parceiros que varias vezes salvarão a vida um do outro, mas que vivem brigando e discutindo sobre seus pontos de vista
(“Isso é absurdo, Mulder!”)Como outros exemplos simples, temos aquele mordomo chato e arrogante, mas que ninguém manda embora porque “esta na família há anos” (Alfred pode ser eficiente, mas suas observações irônicas as vezes torram a paciência do seu patrão Batman); o mecânico que sabe consertar a nave como ninguém, mas que adora cantarolar musica sertaneja
(desafinada) enquanto trabalha; e não podemos esquecer Taslou, escudeiro de Katabrok, O bárbaro – que em momentos de emergência acaba trocando a espada +5 contra gigantes pela panela +1 para esquentar o grude! Ter um npc detestável ajuda a equilibrar os benefícios que ele oferece.
Existem muitas formas de tornar um npc algo mais que um trunfo de combate ao mesmo tempo – um desafio digno de rpgistas experientes. Faça a coisa direito, e o mestre nunca vai precisar interferir com seu “personagem extra”.
____________________________ | Estatuto dos direitos dos seguidores Elaborado pelo sindicado dos seguidores, npc’s e pdms.
Por Rogério Saladino.
- Seguidor não é “bucha de canhão” e nem “Boi de piranha”.
- Seguidor não tem obrigação de testar todas as armadilhas encontradas pelo grupo.
- Seguidor tem o direito de ser alimentado (de preferência com comida)
- Seguidor tem o direito a uma parte na divisão dos tesouros
- Seguidor tem o direito de não ser usado como cobaia para as experiências mirabolantes do mago biruta ou o carniceiro (Amenos que esteja dominado para tal)
- Seguidor tem o direito a um quarto na estalagem, não no estábulo ou no carro.
- Não deve haver diferença no tratamento de seguidores de um mesmo PC.
- O seguidor não deve ser chamado de nomes pejorativo, independentemente de suas ações.
- O seguidor não deve servir como analgésico para dor de cabeça de Príncipe/arcebispo.
|
Fonte: Artigo puplicado na Dragão brasil #30